quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Feira do Livro do Amapá 2013 é um empreendimento 100% sustentável

Por Manoel do Vale

Foto: Divulgação


    Desde a primeira edição da Feira do Livro do Amapá (Flap), a literatura amapaense vem ganhando espaço e importância no Estado e contabilizando aumento nas vendas.

   Criada por poetas e abraçada pelo governador Camilo Capiberibe, que também é apaixonado por livros, a Flap não começou como uma feirinha acanhada de poucas publicações, numa cidade onde muitos acreditavam que a literatura não tem mercado. Pelo contrário, a Flap nasceu com a proposta ousada de ser uma feira atemporal, que ocorre o ano todo e atinge o seu auge em outubro.

     Ano passado, a feira movimentou cerca de R$ 200 mil em vendas de livros. Metade com a subvenção do Governo do Estado, através do vale livro, distribuído a professores e alunos da rede pública de ensino. Este ano o governo dobrou o investimento e ampliou o público. A Flap aqueceu de forma considerável as vendas dos livreiros locais.

   Segundo Auri Rocha, da Livraria Acadêmica, o aumento nas vendas foi em torno de 40% em relação às vendas normais. "Superou totalmente as expectativas, deu muita gente. Nós vendemos 90% dos pedidos que fizemos às editoras. O faturamento, em uma semana, foi de R$ 42 mil, dos quais R$ 19 mil vieram do vale livro distribuído pelo governo, que a gente achava que iria corresponder a mais de 50% das vendas", revela Auri, que para a feira deste ano já dobrou os pedidos junto às editoras.

    A outra que aposta no sucesso da Flap 2013 é Aline Costa, da Livraria Didática. Para ela, os problemas da primeira edição da feira serão facilmente superados. "Ano passado nós tivemos problemas com o vale livro, coisa que eu acho que não vai acontecer com a moeda literária. A Palavra, uma ideia que ilustra muito bem o empenho do Comitê Executivo da Flap em fazer da feira deste ano um evento muito maior e melhor do que o do ano passado", declarou a livreira.

    Ela acredita que o livro é um bom negócio para todos: o editor, o livreiro, o autor e, principalmente, o leitor, que fica na ponta da cadeia produtiva do livro. Aline chama a atenção também para orientação do Comitê Executivo da Feira para que os livreiros se empenhem mais na divulgação e venda dos autores amapaenses.

   Serão 62 os autores amapaenses em destaque na Flap 2013, cinco dos quais ilustram as cédulas das Palavras, moeda literária que substitui o vale livro e que será apresentada à imprensa nesta sexta-feira, 18.

     Devido a problemas em relação ao controle dos vale livros ano passado, a Agência de Fomento do Amapá foi acionada pelo Comitê Executivo da Flap para apresentar uma proposta que desse maior controle e segurança a esse investimento público.

     A Afap sugeriu então a adoção de um mecanismo comum da economia solidária: a moeda social. No caso, moeda literária, que logo ganhou o nome de Palavra. A tecnologia e mecanismos de uso da Palavra seguem os moldes das mais de 80 moedas sociais em circulação no Brasil. Grande parte distribuída por bancos comunitários.

       A circulação é restrita à Flap 2013 e o uso da moeda será exclusivo dos professores e alunos da rede pública de ensino. E além desses, os artistas credenciados pela Secult, pesquisadores da Setec, funcionários e empreendedores parceiros da Afap.

       A tecnologia de segurança das cédulas foi desenvolvida pela By Tickt, empresa especializada na confecção de ingressos de segurança para eventos de grande porte. Foram impressas nove mil cédulas, distribuídas entre 1, 5, 10, 20 e 50 Palavras.

     A distribuição das Palavras será feita pelas secretarias conveniadas com a Afap: Seed, Secult e Setec. No total, serão 200 mil Palavras em circulação na Flap 2013.


      Além do lançamento da moeda literária, a Afap anuncia nesta sexta a criação de uma linha de financiamento para compra de livros e material escolar, que será lançada durante a Feira do Livro do Amapá.