Por Manoel do Vale
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Desde a primeira edição
da Feira do Livro do Amapá (Flap), a literatura amapaense vem ganhando espaço e
importância no Estado e contabilizando aumento nas vendas.
Criada por poetas e
abraçada pelo governador Camilo Capiberibe, que também é apaixonado por livros,
a Flap não começou como uma feirinha acanhada de poucas publicações, numa
cidade onde muitos acreditavam que a literatura não tem mercado. Pelo
contrário, a Flap nasceu com a proposta ousada de ser uma feira atemporal, que
ocorre o ano todo e atinge o seu auge em outubro.
Ano passado, a feira
movimentou cerca de R$ 200 mil em vendas de livros. Metade com a subvenção do
Governo do Estado, através do vale livro, distribuído a professores e alunos da
rede pública de ensino. Este ano o governo dobrou o investimento e ampliou o
público. A Flap aqueceu de forma considerável as vendas dos livreiros locais.
Segundo Auri Rocha, da
Livraria Acadêmica, o aumento nas vendas foi em torno de 40% em relação às
vendas normais. "Superou
totalmente as expectativas, deu muita gente. Nós vendemos 90% dos pedidos que
fizemos às editoras. O faturamento, em uma semana, foi de R$ 42 mil, dos quais
R$ 19 mil vieram do vale livro distribuído pelo governo, que a gente achava que
iria corresponder a mais de 50% das vendas", revela Auri, que para a feira
deste ano já dobrou os pedidos junto às editoras.
A outra que aposta no
sucesso da Flap 2013 é Aline Costa, da Livraria Didática. Para ela, os
problemas da primeira edição da feira serão facilmente superados. "Ano
passado nós tivemos problemas com o vale livro, coisa que eu acho que não vai
acontecer com a moeda literária. A Palavra, uma ideia que ilustra muito bem o
empenho do Comitê Executivo da Flap em fazer da feira deste ano um evento muito
maior e melhor do que o do ano passado", declarou a livreira.
Ela acredita que o
livro é um bom negócio para todos: o editor, o livreiro, o autor e,
principalmente, o leitor, que fica na ponta da cadeia produtiva do livro. Aline
chama a atenção também para orientação do Comitê Executivo da Feira para que os
livreiros se empenhem mais na divulgação e venda dos autores amapaenses.
Serão 62 os autores
amapaenses em destaque na Flap 2013, cinco dos quais ilustram as cédulas das
Palavras, moeda literária que substitui o vale livro e que será apresentada à
imprensa nesta sexta-feira, 18.
Devido a problemas em
relação ao controle dos vale livros ano passado, a Agência de Fomento do Amapá
foi acionada pelo Comitê Executivo da Flap para apresentar uma proposta que
desse maior controle e segurança a esse investimento público.
A Afap sugeriu então a
adoção de um mecanismo comum da economia solidária: a moeda social. No caso,
moeda literária, que logo ganhou o nome de Palavra. A tecnologia e mecanismos
de uso da Palavra seguem os moldes das mais de 80 moedas sociais em circulação
no Brasil. Grande parte distribuída por bancos comunitários.
A circulação é restrita
à Flap 2013 e o uso da moeda será exclusivo dos professores e alunos da rede
pública de ensino. E além desses, os artistas credenciados pela Secult,
pesquisadores da Setec, funcionários e empreendedores parceiros da Afap.
A tecnologia de
segurança das cédulas foi desenvolvida pela By Tickt, empresa especializada na
confecção de ingressos de segurança para eventos de grande porte. Foram impressas
nove mil cédulas, distribuídas entre 1, 5, 10, 20 e 50 Palavras.
A distribuição das
Palavras será feita pelas secretarias conveniadas com a Afap: Seed, Secult e
Setec. No total, serão 200 mil Palavras em circulação na Flap 2013.
Além do lançamento da
moeda literária, a Afap anuncia nesta sexta a criação de uma linha de
financiamento para compra de livros e material escolar, que será lançada
durante a Feira do Livro do Amapá.