segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Livreiros avaliam como positivo o desempenho da Palavra durante a Flap 2013

Por Manoel do Vale



Encerrou na última quarta-feira, 5, a prestação de contas entre a Agência de Fomento do Amapá (Afap) e os livreiros credenciados a expor e vender na Casa do Artesão durante a Feira do Livro do Amapá (Flap) 2013.
 
Foram onze as empresas que tiveram produtos à venda no evento, sendo dez locais e uma do Rio de Janeiro, a Off Flip Editora - responsável pela edição de quatro dos onze livros selecionados no edital de criação literária do Estado - , que movimentaram 173.815 Palavras durante os sete dias de feira, o que equivale a 87% do total aportado pelo Governo do Estado do Amapá para o vale-livro.

Segundo o presidente da Afap - empresa responsável pela criação e engenharia de distribuição e controle da moeda literária -, Sávio Peres, o percentual alcançado demonstra a eficácia das moedas sociais em eventos de médio porte e em pequenas comunidades onde esse sistema é empregado (no Brasil circulam mais de 120 moedas sociais).

"Tirando o aspecto estético e de homenagem da Palavra aos artistas locais, nossa moeda literária teve grande aceitação por conta de ser praticamente cem por cento à prova de fraude", declarou.

Sucesso de público

Na residência do governador Camilo Capiberibe, durante jantar oferecido aos escritores selecionados no edital Simãozinho Sonhador, editores, curadores de feiras e bienais do livro, poetas e escritores vindos de outros estados para a Flap, a Palavra foi o grande destaque.

A escritora Suzana Vargas, curadora da Bienal do Livro de Salvador (BA), observou o inusitado da ideia e parabenizou a iniciativa de homenagear escritores locais em uma moeda literária.

"Foi uma grande sacada do governo de criar a moeda literária para substituir o vale-livro", comentou Ovídio Poli Júnior, coordenador do Selo Off Flip. Segundo o editor, que percorre as feiras e bienais de livro do país, a ideia da moeda literária é inédita e provavelmente será adotada por outras feiras.

Sucesso entre os profissionais da indústria editorial, poetas e escritores consagrados nacionalmente, aqui a novidade agradou ainda mais o público.

"Teve gente que, na hora de pagar os livros, preferiu usar o real ou cartão e ficar com as Palavras", contou Tatiana Silva, subgerente das Edições Paulinas em Macapá.

De acordo com Tatiana, foi grande o número de pessoas em todas as livrarias que resolveram simplesmente ficar com suas Palavras como recordação.

Segundo os técnicos da Afap, o apego às cédulas é um dos fatores que explicam a sobra de 13% dos recursos investidos pelo governo no vale-livro. Outro fator é a ausência comum das pessoas que, por um motivo ou outro, deixaram de ir à feira e acabaram por não usar suas Palavras.

"Veio muita gente aqui na loja querendo usar suas Palavras para comprar livros. Mas infelizmente não podemos vender depois de terminada a Flap", declarou a subgerente da Paulinas, que ficou em terceiro lugar nas vendas de livros com as Palavras. Em segundo ficou a livraria Didática e, em primeiro, a Acadêmica.

Quem não economizou Palavras foi o estudante de educação física Moraes Júnior, que usou as cinquenta que ganhou para comprar dois livros da grade de seu curso.

"Eu estava precisando muito desses livros, mas não tinha o dinheiro. Então essas Palavras foram a minha salvação. Espero que no próximo ano elas venham de novo", sugeriu o jovem, que, para pagar seu curso, trabalha na segurança da Afap.

Estatísticas

As notas de 10 Palavras foram as mais utilizadas na Flap. 2.748 dessas cédulas circularam pela feira, contabilizando R$ 27.480. Na sequência vem a cédula de 50 Palavras, com R$ 2.001,00, somando R$ 100.050,00.

No ranking de maior circulação, a nota de 20 Palavras aparece em terceiro, seguida pela de 1 e a de 5 Palavras, que, em reais, contabilizaram R$ 37.260,00, R$ 1.585,00 e R$ 7.440,00, respectivamente.